Creio que começarei outro especial, se chamará "TOP 3" e será sobre qualquer coisa, qualquer coisa MESMO. O que me vier na cabeça. Pra começar, achei legal compartilhar isto.
Todos sabemos que uma das belezas da Música é você poder ter a liberdade de dar à ela o significado que bem entender. Quantas vezes não ouvimos uma música que mexe com a gente, que enchemos o peito pra dizer "essa música é sobre mim!". É realmente muito legal essa coisa de interpretação livre, mas... às vezes, quando sabemos no que o compositor estava pensando quando a compôs, nunca mais ouvimos a música da mesma maneira.
Metáforas, elas comandam.
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Curiosamente, as 3 canções dos Beatles que selecionei para o post de hoje estão presentes no mesmo álbum, o duplo The Beatles (mais conhecido como The White Album), de 1968. Preparados para a verdade?
3º lugar:
Martha My Dear
Martha my dear,
You have always been my inspiration
Please, be good to me, Martha my love
Don't forget me, Martha my dear ♫
Please, be good to me, Martha my love
Don't forget me, Martha my dear ♫
Ah, que gracinha; a garota deve ter se sentido bem feliz em saber que Paul a acha uma inspiração!
Ah, mals, eu disse 'garota'?
Eu quis dizer cachorra.
Escrita por Paul McCartney (apesar de creditada a Lennon/McCartney), essa canção foi inspirada em sua cachorrinha ('inha', ela era enorme o.O) Martha. Ao ser perguntado sobre uma interpretação, Paul disse que a música era dedicada à sua "musa inspiradora", a "voz dentro de sua cabeça". Mas também poderia ser sobre seu rompimento com Jane Asher, quem vai saber?
2º lugar:
Sexy Sadie
Sexy Sadie
What have you done?
You made a fool of everyone... ♫
Coisa feia, dona Sadie... Enganou todo mundo!
Só que a pessoa que enganou todo mundo não se chamava Sadie... Na verdade também não era mulher e tava longe de ser sexy!
Quem os enganou foi o seu guru espiritual, o Maharishi Mahesh Yogi.
o lindão ali no meio
Como é sabido, os Beatles passaram uma temporada na Índia, onde desenvolveram técnicas de meditação para aguentar todo o estresse ao qual já estavam sucumbindo, e também onde aprenderam elementos da música indiana, que posteriormente foi integrada à música deles; sendo o Maharishi seu mentor. Acontece que depois de um tempo começou a rolar uma história de que o tal Maharishi andava fazendo coisas "não muito espirituais" - se é que vocês me entendem - com uma de suas pupilas, que estava lá ao mesmo tempo que eles; o que deixou John Lennon puto e o fez voltar mais cedo pra casa.
... De forma que Lennon voltou à Inglaterra superinspirado e resolveu escrever uma música sobre isso, que se chamaria "Maharishi", mas George sugeriu que ele não usasse nomes nas acusações. Daí aconteceu a metáfora da "Sexy Sadie" - comparando a atitude do guru com uma mulher sexy, que atrai e envolve todos à sua volta, fazendo-os acreditar numa coisa que ela não é.
Anos mais tarde, as acusações foram retiradas :)
1º lugar:
Hey Jude
Hey Jude
Don't make it bad
Take a sad song and make it better ♫
Ah, não tem graça, eu já tinha falado dela antes ;(
Mas, pra quem não se lembra, a famooosa Jude da letra, a quem Paul tenta a todo custo consolar, não era nenhuma mocinha triste...
Mas, pra quem não se lembra, a famooosa Jude da letra, a quem Paul tenta a todo custo consolar, não era nenhuma mocinha triste...
Era um menino de 5 anos chamado Julian Lennon - filho de John.
Mas por que cargas d'água Paul faria uma música pro filho de John?! õ.o
Porque Paul foi mais pai de Julian do que o próprio John foi.
Em 1968, Lennon e sua esposa estavam se divorciando - ah, John descobriu as maravilhas do amor com Yoko Ono. Não que ele tenha sido um exemplo de pai e nem que fosse fazer muita falta pro filho que ele mal acompanhava mas, pra uma criança de 5 anos, a situação foi pesada. Paul McCartney sempre foi muito amigo de Cynthia e sempre se deu muito bem com Julian, então resolveu ir visitá-los uma tarde para ver se estavam bem e para fazer alguma companhia. Compôs "Hey Jules" (alterou para 'Jude' depois por ser mais fácil de cantar) enquanto estava no carro, a caminho. Um presentinho como forma de confortá-lo com a situação.
Os outros da banda, claro, nunca souberam disso, pelo menos não na época. John mesmo interpretou a canção como se fosse uma despedida de Paul à amizade dos dois, que já estava no limite, ao que Paul desmentiu dizendo que a canção era sobre "ele mesmo". Julian só soube que a música foi feita para ele 20 anos depois. Nesse meio tempo, a canção já havia sido #1 nas paradas em 5 países (no top 10 em onze) e vendeu milhões de cópias, sendo considerado o single mais bem sucedido da banda.
Este é um esquema que eu achei na internet que explica facilmente como decorar a letra da música (é engraçado e funciona, haha):
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Eu não queria pirar muito com Hey Jude, mas é impossível não dizer. Por muito tempo eu tinha verdadeiro pavor dessa música - Giuli que me perdoe, mas culpo Kiko Zambianchi e sua versão em português que tocou incansavelmente nas rádios por meses. Mas depois isso passou e eu não me controlo ao ver Paul a tocando em seus shows - esse maldito "nanana" é realmente impossível de parar de cantar.
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E aí, posso continuar com o especial? :D
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